quarta-feira, 25 de maio de 2011

Depressão




Depressão

CAUSAS

A depressão pode ser provocada por uma série de factores, relacionados com uma certa

predisposição, que favorece o desenvolvimento do problema e por outros factores precipitantes, que a podem desencadear a qualquer momento, embora nem sempre estejam presentes.

De acordo com dados estatísticos, a depressão é muito mais frequente nos gémeos e nos filhos de pessoas deprimidas do que no resto da população, o que leva a crer que existe uma certa predisposição genética, transmitida de forma hereditária, para se ser afectado pela doença. Dado que as alterações genéticas responsáveis por esta predisposição, infelizmente, ainda não foram identificadas, actualmente ainda não é possível detectá-las.

Um outro grande factor predisponente, decerto provocado pelas alterações genéticas anteriormente mencionadas, corresponde à diminuição da quantidade e, consequentemente, da actividade de uma série de neurotransmissores ou mediadores químicos responsáveis pela transmissão dos impulsos nervosos. De facto, constatou-se que a diminuição da concentração e da actividade da dopamina, serotonina e noradrenalina em determinados sectores do sistema nervoso central tem um efeito depressivo no estado anímico.

A personalidade depressiva, provocada pelos factores genéticos e neurológicos referidos e pela influência do ambiente familiar e social durante os primeiros anos de vida, constitui um antecedente muito comum da depressão. Os indivíduos com personalidade depressiva caracterizam-se por uma grande obsessão com as suas responsabilidades e com a ordem nas suas amizades, no trabalho e nos seus relacionamentos; no entanto, como esta exigência é tão exagerada, acabam por achar, na maioria dos casos, que não conseguem satisfazê-la, sentindo-se frustrados e com sentimento de culpa, o que os leva facilmente a situações de stresse.

Um outro factor predisponente muito importante é a influência do ambiente sociocultural numa época como a actual, na qual são exaltados valores, nomeadamente ao nível do sucesso económico, afectivo e social, cuja difícil concretização pode gerar uma constante tensão.

Por outro lado, a acção dos factores precipitantes permite uma descida temporária, embora brusca e exagerada, da quantidade ou actividade dos neurotransmissores já mencionados, o que favorece o desenvolvimento de uma depressão. Estes factores podem ser do tipo orgânico, como em caso de esgotamento físico, ou dever-se a alguns problemas endócrinos, como o hipotiroidismo, ou ao alcoolismo.

De qualquer forma, na maioria dos casos, são do tipo psicológico, por vezes relacionados com situações que provocam uma grande tristeza: após a perda de um ente querido ou a perda do emprego, por exemplo. Por outro lado, em alguns casos, estes traumas psicológicos são provocados por circunstâncias que não deveriam ser interpretadas como negativas - por exemplo, após uma mudança de casa ou de país - ou por outras que poderiam ser consideradas positivas - como o caso da reforma ou uma iminente promoção profissional.

SINTOMAS E EVOLUÇÃO

Os sinais e sintomas afectam várias áreas da actividade do sistema nervoso: o relacionamento, o pensamento e o comportamento.

A perturbação mais significativa do relacionamento é um sentimento de tristeza exageradamente profundo e duradouro, denominado tristeza patológica. Esta tristeza pode manifestar-se progressivamente, sem causa aparente, como sucede em caso de depressão endógena, sendo mais intensa de manhã ou, então, aparecendo após um trauma psicológico, o que a torna mais grave e prolongada do que o normal.

As depressões também costumam afectar com alguma frequência o pensamento, já que a maioria dos doentes deprimidos apresenta uma diminuição da sua capacidade de concentração, da sua rapidez mental e do seu rendimento intelectual. Para além disso, costumam ter ideias fixas bastante pessimistas e assustadoras, como pensamentos de morte, sentimentos de culpa ou a sensação de serem afectados por doenças graves.

A depressão também costuma afectar bastante o comportamento. Outras características da depressão são uma lentidão psicomotora, apatia, perda de interesse pelo meio envolvente e pela interacção com os outros (o que conduz ao isolamento) e incapacidade de sentir prazer com actividades anteriormente consideradas agradáveis. Noutros casos, denominados depressão ansiosa, os sintomas predominantes são a ansiedade, o receio do desconhecido e a inquietação permanente. Para além disso, alguns doentes deprimidos, influenciados pelas suas ideias negativas e pelos seus temores, desenvolvem comportamentos agressivos que podem conduzir a tentativas ou à consumação do suicídio.

TRATAMENTO

O tratamento consiste essencialmente na administração de medicamentos específicos com efeitos anti-depressivos e na psicoterapia que deve ser adaptada às necessidades específicas de cada paciente. É fundamental que o paciente respeite escrupulosamente as indicações do médico, pois qualquer alteração no tipo de medicamento seleccionado, nas suas doses ou no tempo de administração pode diminuir drasticamente a eficácia do tratamento. Para além disso, como os efeitos destes medicamentos apenas se evidenciam ao fim de duas a quatro semanas do início do tratamento, durante este período de tempo deve-se proceder, com alguma frequência, à administração de tranquilizantes.

Por outro lado, nos casos mais graves - como acontece perante risco de tentativa de suicídio -, o paciente deve ser hospitalizado até adquirir uma maior estabilidade emocional.

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